Sobre a Mallu Magalhães ou sobre tudo em torno dela
Andei escutando, ultimamente, algumas canções de Mallu Magalhães. Eu sei, caríssimos, que estou um pouco atrasado em falar disso só agora, mas nada como o tempo pra melhorar a nossa rabugice. Desculpe, Mallu. Sou só um velhote casmurro que pode ser seu pai.
Eu, como muita gente, tenho uma certa preguiça quando todo mundo fala muito bem de alguma coisa. Em jargão jornalístico, HYPE! Aí já acabo me rendendo à pre-conceituação do objeto em questão. E isso não é bom, amiguinhos.
O primeiro senão já surgiu PRA MIM (deixo assim pra ficar claro ser o MEU senão): a menina compõe a maioria das músicas em inglês. Não consigo imaginar a razão (e isso vale pra outros artistas daqui da terrinha) e fico lembrando do Renato Russo falando no acústico da Legião que, quando se canta em inglês, parece que estamos cantando sozinhos.
O MEU segundo senão é o fato da imaturidade da menina em questão. Já assisti a umas duas ou três entrevistas dela e fiquei meio cansado. Uma criança conversando, sem muita profundidade, meio cansativa. Puxem-me a orelha se estiver sendo exigente demais, compadres e comadres.
Agora, uma coisa que não podem falar, DE JEITO NENHUM, é que a menina faz alguma coisa inovadora. Pode se ressaltar que ela é nova pra compor bunitinho assim, que tem a voz doce (alguns dizem insossa), que o violão dela é correto, mas fazer música nova, NÃO MESMO. O som dela é igual a um monte de bandinhas americanas e inglesinhas de agora e de uns 10 anos atrás. Bandas estas que reciclam o que já ouviram há mais anos atrás ainda. Tanto que a moça gosta de Johnny Cash e Bob Dylan, escutados por bandas como Belle and Sebastian, Magic Numbers e Kings of Convenience, além de outros. Para os moderninhos, é só ouvir a trilha sonora do filme Juno; o som está ali.
É claro que não quero colocar o som da menina numa gaveta só; e nem tenho o poder de julgar o trabalho de ninguém. Mesmo porque eu sou de lua e mudo de opinião como poucos. Mas essa minha rabugice talvez seja influenciada mais pelo oba-oba de muita gente do que pelo trabalho propriamente dito da menina. Na minha humilde opinião, Mallu tem um futuro bacana, tem potencial e ainda é muito cedo para julgar, mesmo sabendo que estou fazendo tal julgamento.
As canções são gostosinhas de ouvir (mas já enjoei) e adorei o dueto dela com o Marcelo Camelo no disco novo do barbudo (deste ainda não enjoei). Também adorei a sua história bacana, com o myspace sendo uma das armas pra divulgar o trabalho. Uma dose de sorte, pitadas de contatos com as pessoas certas e uma graninha de presente para gravar um demo. Pronto!
Mas nada disso seria possível sem um mínimo de talento. O tempo vai dizer muita coisa; e tempo ela tem de sobra.
Ósculos e amplexos para quem for de.
Manzi.
p.s.: para quem ainda não sabe, a mocinha tem só 16 aninhos.
10 Comments:
E aí caro Alex,
gostaria ouvir a cantora. Estou lhe enviando 3 obras-primas. Preste atenção nas letras.Vê se você conhece.
Um grande abraço. Sucesso.
Luiz Otávio Nassif.
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Ela é a famosa quem???
Só ouvindo a Breagá FM???
Ah neeeeem...vou querer não!
Abraço forte!
Eu prefiro muito mais ver um show do Alex Manzi e os Capazes. Cadê???rsrs
Graaaaaaaaande Luiz!
Que bom você aqui. Volte sempre a este buteco. Tô sempre por aqui.
Valeu demais pelas dicas. O Poder da Criação e Os Argonautas eu já conhecia. Inclusive a última eu já cheguei a cantar em shows, há uns bons 10 anos. Coincidência você falar dela, pois eu estava pensando em revisitá-la.
Cambalache eu ainda não conhecia, mas gostei muitíssimo. Obrigado de novo.
Grande abraço e, novamente, volte sempre.
Marquito Aranha!
A moça tem potencial, mas basta ouvir Belle and Sebastian pra sentir um pouco do som dela.
Talvez daqui a uns anos ela já esteja mais madura e você goste.
Mas, escute. Nem que seja pra falar mal.
Abração.
Diego! Bacana você aqui.
Cara, Os Capazes não mais existem, mas a nova banda é composta de rapazes mui capazes também. E estréia em breve.
O som tá ficando redondinho e o trabalho tá ficando tão bonito, que só vendo...
Servimos bem pra servir sempre. Apareça sempre aqui no meu buteco.
Abraço apertado.
Meu amigo amigo. Se bem te conheço, sua preguiça é a mesma que a minha, seus preconceitos os mesmos. E eu, como fã de Los Hermanos, tenho que assumir que o trabalho do Camelão novo é terrível, bobo e infantil. Talvez aí a identificação amorosa entre os dois.
Posso estar sendo cruel. Mas agora eu sou mais cruel.
To de volta. No mundo blogguístico!
Saudades!
Beijo!
Esse texto foi preciso, ao ponto. Não discordo de nada, você foi até além do que eu pensava! O negócio dela cantar em inglês que pega mais...
Tutu,
Que bão mesmo que voltou ao mundo bloguístico. Mas não siga o exemplo de alguns pares seus e atualize com frequência.
Esse povo que não atualiza muito deixa a gente triste, né? hehe
Eu gostei de algumas coisas do Camelão novo, mas tenho algumas ressalvas. O Little Joy do Amarante também achei legal.
Beijão procê. Volte sempre.
Filipão!
Valeu pela visita.
Eu sempre achei problemático bandas brasileiras cantando composições próprias em inglês. Problemático para as bandas, que podem atingir muita gente daqui e dacolá, mas esquecem que a maioria NÃO FALA INGLÊS.
E aí, como diz o Renato Russo, fica cantando sozinho no palco.
Porque o Portuguesão é tão musical. Por que não, né?
Abraço grande!
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