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"Livros, discos, vídeos à mancheia! E deixe que digam, que pensem, que falem..."

quinta-feira, março 05, 2009

Música Boa

Em minhas andanças (constantes, diga-se!!!) pelo blog do meu amigo Felipe Menhem, o Cabeça, dei de cara com o post sobre o livro 1001 DISCOS PARA OUVIR ANTES DE MORRER (Mamãe, eu quero!). Mas o que motivou esse post foi a discussão que está sendo travada nos comentários do quase-periódico supracitado. Resolvi participar, mas através desse post.
Eu não sei... Gosto de listas, mas tenho tranquilidade de pensar que elas existem para serem contestadas. O livro é interessante pacas, mas obviamente ele representa a visão limitada dos selecionadores. Acho bacana conhecermos os ícones para, pelo menos, falarmos mal deles com propriedade. Mas existem duas questões que me afligem:
Primeiro: o que faz de um ícone um ícone?
Muitos responderiam: qualidade, refinamento na produção artística, etceteras...
Mas aí vem a minha segunda questão existencial: quem define a qualidade de uma música/disco/artista? O seu tempo, quem escreve sobre ele, quem o ouve? Isso tudo junto? Ou nada disso?
Até hoje ninguém conseguiu me convencer do absoluto conceito de "música boa". Muita gente (famosa, inclusive), ao responder à questão "de que tipo de músga você gosta?", solta a pérola "ah, eu gosto de música boa..."
Mas peraí! Para mim, respondendo dessa maneira, não há resposta alguma. Quem define o que é a música boa? Talvez o vício intelectualóide de julgar determinados tipos de música como boa: clássicos, jazz, mpb e quetais. Mas e quem detesta jazz então gosta de música ruim? E se a música é ruim, como pode ele gostar dela? Blé!
O que não falta é defesa do tipo: música boa é cheia de acordes, complicada, que levou tempo pra ser feita. Então tá. Levando em consideração isso, Dorival Caymmi é uma porcaria, Skank é pior ainda e Os Beatles fedem, pois gravaram o primeiro (ou seria o segundo?) disco em um dia.
Música boa é música suave, tranquila, que relaxa. Então tá. O samba, o metal, o progressivo não prestam então?
Essa discussão já se faz presente na minha vidinha desde os tempos da Letras, quando discutíamos o que era e o que não era Literatura. Muitos falaram que Literatura é o que não vende, mas sobre isso eu tenho muito menos competência pra opinar. Deixa pra lá, né?
Voltando à Música, só posso pensar que o subjetivismo dirige essa questão. A música boa é a música que eu gosto. E ponto. Dentro disso, eu posso avaliar a canção, o disco, o artista, segundo critérios misteriosos que só eu posso entender. E é esse o barato. Gosto de tal música porque ela tem um cheiro que me recorda uma certa parte da minha vida ou gosto de tal música porque ela me traz um vento que senti quando passei minhas férias em Ponte Nova. Vale tudo, porque o mundo musical é meu.
Só não defendo o batido "ah, eu gosto de tudo"; quem gosta de tudo não gosta de nada.
Porque não importa de onde a música vem; o que importa é pra onde ela vai.
Ósculos e amplexos para quem for de.
Alex Manzi.
p.s.: só agora me dei conta de que não fiz o levantamento dos discos que tenho da lista. Xô voltar pra lá...