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quarta-feira, outubro 22, 2008

Sobre a Mallu Magalhães ou sobre tudo em torno dela

Andei escutando, ultimamente, algumas canções de Mallu Magalhães. Eu sei, caríssimos, que estou um pouco atrasado em falar disso só agora, mas nada como o tempo pra melhorar a nossa rabugice. Desculpe, Mallu. Sou só um velhote casmurro que pode ser seu pai.
Eu, como muita gente, tenho uma certa preguiça quando todo mundo fala muito bem de alguma coisa. Em jargão jornalístico, HYPE! Aí já acabo me rendendo à pre-conceituação do objeto em questão. E isso não é bom, amiguinhos.
O primeiro senão já surgiu PRA MIM (deixo assim pra ficar claro ser o MEU senão): a menina compõe a maioria das músicas em inglês. Não consigo imaginar a razão (e isso vale pra outros artistas daqui da terrinha) e fico lembrando do Renato Russo falando no acústico da Legião que, quando se canta em inglês, parece que estamos cantando sozinhos.
O MEU segundo senão é o fato da imaturidade da menina em questão. Já assisti a umas duas ou três entrevistas dela e fiquei meio cansado. Uma criança conversando, sem muita profundidade, meio cansativa. Puxem-me a orelha se estiver sendo exigente demais, compadres e comadres.
Agora, uma coisa que não podem falar, DE JEITO NENHUM, é que a menina faz alguma coisa inovadora. Pode se ressaltar que ela é nova pra compor bunitinho assim, que tem a voz doce (alguns dizem insossa), que o violão dela é correto, mas fazer música nova, NÃO MESMO. O som dela é igual a um monte de bandinhas americanas e inglesinhas de agora e de uns 10 anos atrás. Bandas estas que reciclam o que já ouviram há mais anos atrás ainda. Tanto que a moça gosta de Johnny Cash e Bob Dylan, escutados por bandas como Belle and Sebastian, Magic Numbers e Kings of Convenience, além de outros. Para os moderninhos, é só ouvir a trilha sonora do filme Juno; o som está ali.
É claro que não quero colocar o som da menina numa gaveta só; e nem tenho o poder de julgar o trabalho de ninguém. Mesmo porque eu sou de lua e mudo de opinião como poucos. Mas essa minha rabugice talvez seja influenciada mais pelo oba-oba de muita gente do que pelo trabalho propriamente dito da menina. Na minha humilde opinião, Mallu tem um futuro bacana, tem potencial e ainda é muito cedo para julgar, mesmo sabendo que estou fazendo tal julgamento.
As canções são gostosinhas de ouvir (mas já enjoei) e adorei o dueto dela com o Marcelo Camelo no disco novo do barbudo (deste ainda não enjoei). Também adorei a sua história bacana, com o myspace sendo uma das armas pra divulgar o trabalho. Uma dose de sorte, pitadas de contatos com as pessoas certas e uma graninha de presente para gravar um demo. Pronto!
Mas nada disso seria possível sem um mínimo de talento. O tempo vai dizer muita coisa; e tempo ela tem de sobra.
Ósculos e amplexos para quem for de.
Manzi.
p.s.: para quem ainda não sabe, a mocinha tem só 16 aninhos.