Hoje, dia 13 de Julho, é comemorado o Dia do Rock. Bacana. Mas, pra quem é devoto do ritmo / estilo de vida / razão de viver, todo dia é dia de rock, né?
O rock nasceu de um jeito e hoje ele tem vários jeitos espalhados por aí. Ou talvez ele já tivesse nascido de vários jeitos, mas não éramos capazes ainda de perceber o quão vário ele era.
Pra mim, o que existe mais é uma existência rock and rollesca. Ninguém me tira da cabeça que Elis Regina é a cantora mais rock and roll do Brasil. Não adianta me convencer do contrário. "Entre o muro e a faca, atiro-me contra a faca", dizia a mamãe de Maria Rita. Quer coisa mais rock do que isso, meus amiguinhos???
O erro é associarmos rock à música barulhenta, com guitarras distorcidas e rebeldia, quase sempre pré-fabricada. Mas, o que é o rock? Ou quem é o rock? O rock é o riff básico dos Stones ou a falta de guitarras no último álbum do Radiohead? Os poucos acordes com letras imagéticas e angustiadas do Lou Reed ou a elaboração dos arranjos dos músicos do Dream Theater? Ou o rock é apreciar junk food em frente ao computador ouvindo a Quinta de Beethoven?
O que sei é que a cada ano surgem zil bandas querendo seu lugar e reciclando décadas. Algumas reciclam de modo criativo, outras de modo vampiresco mesmo. Mas, existe mal nessas atitudes? Há problemas em tocar um som de uma década que te agrade? Acho que não. O problema (como em quase tudo) é a tal da mídia. Todo ano os "especializados" resolvem que determinada banda vai salvar o rock; como se ele estivesse nas últimas, respirando por aparelhos o coitado...
No final, o rock é de cada um. E durma com um barulho desses.
Ósculos e amplexos para quem for de.
p.s.: em breve, uma pequena série de discos que considero mui bacanas e fundamentais. Quem quiser, já pode indicar os seus nos comentários.