Lenine - O Dia Em Que Faremos Contato (BMG Brasil, 1997)
Este é o primeiro disco solo de Lenine. Antes, ele havia gravado um disco com Lula Queiroga, parceiro dele até hoje em algumas canções.
Mas é neste que ele arremata de vez a sua MPB: Música Planetária Brasileira.
O disco começa emblemático: aquele barulhinho que escutávamos quando a internet era discada. Como se dissesse "agora vamos nos conectar ao mundo, quiçá ao universo".
Na minha opinião, quem melhor conseguiu, até hoje, bordar o regional e a tecnologia, o elétrico e o acústico, o artesanal e o disco voador foi esse moço Lenine. Não me soa rançosa e tampouco indigesta a sua mistura de sons e traquinagens retrô-futuristas, como muita coisa por aí. Muito pelo contrário.
O violão que Lenine toca é capítulo à parte. Percussivo, presente e muito característico do som dele. Timbre inconfundível.
E esse violão permeia todo o trabalho. A faixa 12, Pernambuco Falando Para O Mundo, é formada por 4 obras de compositores diferentes, e tem o violão e a voz de Lenine e o pandeiro de Marcos Suzano nos excertos das canções Voltei Recife, de Luis Bandeira; Frevo Ciranda, de Capiba; Sol e Chuva, de Alceu Valença; Rios, Pontes e Overdrives, de Chico Science e Fred Zero Quatro. Faixa emblemática, que retrata 4 gerações de pernambucanos criativos e que falaram para o mundo. Como Lenine.
E agora vem uma das razões pelas quais eu prefiro colecionar cd's a downloads: O ENCARTE. Além de fartamente ilustrado, cada página traz um texto com a prosa poética de Bráulio Tavares, também parceiro de Lenine.
Lenine já foi roteirista de televisão, mas foi aqui, em O Dia Em Que Faremos Contato, que ele contou a sua melhor história.
Sorte nossa.
2 Comments:
Concordo em gênero, número e grau.
em tudo.
viva Lenine!
Lenine é mesmo muito foda.
Eu gosto por demais até das entrevistas que o cara dá. Prosa inteligente e saborosa que o moço tem.
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